

Jornalista há 10 anos, formada pela Unesp, com MBA em Marketing pela USP e especialização em SEO, escreve sobre Saúde Estética com clareza e precisão.
June 27, 2025
2.5K
visualizações
No universo da estética injetável, a prática de utilizar substâncias de forma diferente da recomendada na bula - conhecida como uso off-label - é comum, especialmente quando se busca personalização nos tratamentos e melhores resultados para os pacientes.
No entanto, para o biomédico Esteta, essa abordagem exige cuidados redobrados, conhecimento técnico aprofundado e, acima de tudo, respaldo ético e legal. Afinal, ao trabalhar fora das recomendações do fabricante, o profissional assume total responsabilidade pela segurança do procedimento.
ENTRE NO GRUPO E ACOMPANHE AS NOSSAS ANÁLISES
O termo "off-label" refere-se ao uso de um medicamento, substância ou dispositivo médico de forma não descrita em sua bula aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Isso pode incluir diferentes vias de administração, doses, indicações terapêuticas ou populações-alvo.
Na estética injetável, exemplos comuns incluem o uso de toxina botulínica em áreas não especificadas na bula (como região do masseter ou nariz), aplicação de bioestimuladores em locais alternativos e uso de substâncias lipolíticas para gordura submentoniana (papada), mesmo que a indicação original seja corporal.
A Resolução Cofen nº 573/2018, que trata da atuação do biomédico na estética, não proíbe o uso off-label, mas também não o respalda diretamente. Isso significa que, se optar por essa prática, o biomédico precisa seguir princípios éticos rigorosos, assegurar-se de que o uso esteja fundamentado em evidências científicas e que haja justificativa clínica clara para a escolha.
Além disso, a prática deve respeitar os limites legais da profissão, ou seja, o biomédico não pode prescrever medicamentos ou substâncias — mas pode aplicar, desde que haja prescrição de um profissional legalmente habilitado (como médico ou farmacêutico).
Ao realizar um procedimento off-label, o biomédico assume uma responsabilidade técnica e legal ainda maior. Se houver complicações, o argumento de que o uso estava fora das diretrizes da bula pode ser usado contra o profissional, especialmente em casos de processos éticos ou cíveis.

Por isso, é fundamental:
Para atuar com segurança nessa área delicada, o biomédico Esteta deve seguir uma série de boas práticas:
Se o biomédico não se sente seguro com determinada aplicação, não encontrou literatura de qualidade que sustente o uso, ou se não há prescrição formal de um profissional habilitado, o mais prudente é não realizar o procedimento. Ética, segurança e o respeito aos limites legais devem sempre prevalecer sobre qualquer expectativa de resultado estético.
O uso off-label na estética pode ampliar as possibilidades terapêuticas e entregar resultados personalizados, mas não deve ser banalizado. Para o biomédico Esteta, essa prática exige um nível elevado de responsabilidade, formação e ética.
Conteúdo relacionado:
Anvisa libera uso profundo de ácido hialurônico nacional: o que isso representa para quem atua com estética?
O profissional que deseja atuar com estética injetável off-label precisa entender que está pisando em um terreno mais sensível, onde o conhecimento científico, a documentação rigorosa e a transparência com o paciente são os pilares fundamentais para uma atuação segura, eficaz e juridicamente protegida.
Conecte-se à rede de Biomédicos Estetas
Para obter acesso gratuito a outros artigos acadêmicos, faça o cadastro com sua conta Google.