Biomédico brasileiro revela mecanismo que faz músculo acumular gordura
Biomédico formado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e que está atualmente fazendo doutorado na Wake Forest University, Carolina do Norte, Estados Unidos. Segundo estudo feito nos EUA, células-tronco são as responsáveis. Problema piora mobilidade de pessoas idosas, obesas e com distrofia. Uma nova pesquisa com células-tronco descobriu o mecanismo que favorece o acúmulo de gordura […]
Biomédico formado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e que está atualmente fazendo doutorado na Wake Forest University, Carolina do Norte, Estados Unidos.Segundo estudo feito nos EUA, células-tronco são as responsáveis. Problema piora mobilidade de pessoas idosas, obesas e com distrofia.
Uma nova pesquisa com células-tronco descobriu o mecanismo que favorece o acúmulo de gordura nos músculos – problema que afeta pessoas com doenças como distrofia muscular, obesidade e diabetes tipo 2. O estudo foi feito por uma equipe do Wake Forest Baptist Medical Center, nos EUA, e contou com a participação de um brasileiro, o biomédico Alexander Birbrair, que faz doutorado no país.A gordura não está presente no músculo normal, mas o envelhecimento, a obesidade e doenças como distrofia muscular e diabetes fazem com que o tecido gorduroso vá substituindo o tecido muscular. “O músculo vai ficando mais fraco e se atrofiando. Isso diminui a mobilidade da pessoa e afeta a qualidade de vida”, diz Birbrair.Ele acredita que a descoberta possa levar a futuros tratamentos que bloqueiem esse processo.A pesquisa, que foi publicada na revista científica “Stem Cells and Development”, revela que os pericitos – células-tronco associadas aos vasos sanguíneos – contêm dois subtipos com papéis totalmente diferentes: o tipo 1, que só fabrica células de gordura, e o tipo 2, que forma apenas células musculares.Os cientistas usaram um modelo in vitro para fazer a descoberta e depois testaram a teoria em um experimento com camundongos.Eles injetaram pericitos tipo 2 no músculo danificado de animais jovens e saudáveis. O resultado foi que o músculo se regenerou.Eles também simularam o que acontece com pessoas com obesidade ou distrofia muscular dando uma substância chamada glicerol a outro grupo de camundongos. Quando foram injetadas células tipo 1 nos animais, eles formaram mais gordura nos músculos.Segundo Birbrair, ainda não se sabe se os pericitos são os únicos responsáveis por esse processo de substituição de músculo por gordura, mas é possível dizer que sua participação é fundamental. “Se fizermos um tratamento que inibe o tipo 1 e ativa o tipo 2, provavelmente esse tecido adiposo vai ser substituído por músculo”, afirma ele, que pretende fazer novos estudos sobre o tema em tecidos humanos.
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