Segurança em primeiro lugar: como o biomédico esteta pode se resguardar de intercorrências e atuar com responsabilidade

O crescimento da Biomedicina Estética trouxe inúmeras oportunidades para os profissionais da área, mas também aumentou a responsabilidade diante de procedimentos cada vez mais procurados. Por isso, tão importante quanto dominar as técnicas, é saber como atuar com segurança, prevenir e se resguardar de intercorrências, respeitando os limites da profissão.
Intercorrências são situações adversas ou complicações que podem surgir durante ou após um procedimento estético. Elas não significam necessariamente erro, mas sim um risco inerente à prática — e o papel do Biomédico Esteta estar preparado para preveni-las e, se necessário, agir com rapidez e ética.
Índice
1- Conheça os limites da sua atuação
A primeira medida para garantir segurança é respeitar as normas do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM). Existem procedimentos que não são permitidos para o biomédico esteta, e ultrapassar essa linha pode resultar não apenas em processos éticos, mas em sérios danos à saúde do paciente. Entre os procedimentos não autorizados estão:
- Cirurgias estéticas ou invasivas;
- Técnicas com cânula em plano profundo (em alguns estados);
- Procedimentos íntimos ou ginecológicos.
A regra é clara: atue apenas dentro da legalidade. Além disso, é importante manter-se atualizado com as resoluções e normas da Anvisa, que regulam o uso de produtos, medicamentos e equipamentos.
2- Faça uma anamnese completa e criteriosa
Antes de qualquer procedimento, é essencial realizar uma anamnese detalhada, incluindo histórico médico, uso de medicamentos, alergias, doenças preexistentes, cirurgias anteriores e hábitos de vida. Esse processo é indispensável para prevenir complicações e contraindicar procedimentos quando necessário.
A anamnese deve ser documentada e assinada pelo paciente, garantindo respaldo legal ao profissional. Ela é sua primeira ferramenta de proteção e um cuidado com o bem-estar do cliente.

3- Tenha um termo de consentimento claro e objetivo
O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) é um documento obrigatório em qualquer procedimento estético. Nele, o paciente deve ser informado sobre o tratamento, seus benefícios, riscos, possíveis efeitos colaterais e os cuidados necessários no pós-procedimento.
Esse documento, além de demonstrar transparência, protege legalmente o biomédico em caso de insatisfação ou intercorrência. É fundamental que o paciente leia, compreenda e assine o termo antes do procedimento.
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4- Invista em biossegurança e higiene rigorosa
A biossegurança não é opcional — ela é uma responsabilidade ética e sanitária. Use sempre materiais descartáveis quando possível, esterilize instrumentos, mantenha o ambiente limpo e siga as normas da vigilância sanitária. Além disso, o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) como luvas, máscara e avental deve ser constante.
Estar em conformidade com os padrões de higiene protege não só o paciente, mas também o profissional e sua equipe.

5- Tenha um plano de ação para intercorrências
Mesmo com todos os cuidados, intercorrências podem acontecer. Por isso, é necessário saber identificar os sinais precoces e agir com rapidez. Algumas medidas importantes:
- Tenha uma farmacinha de emergência com medicamentos básicos autorizados para uso;
- Conheça as condutas iniciais para casos de hipersensibilidade, hematomas, necroses ou infecções;
- Documente qualquer intercorrência ocorrida e a conduta adotada.
6- Capacitação constante é a melhor prevenção
Estar tecnicamente preparado é a maior defesa contra erros. Faça cursos atualizados, participe de congressos, leia estudos e esteja sempre em busca de aprimoramento. Um profissional capacitado identifica riscos com mais facilidade, escolhe técnicas seguras e toma decisões assertivas.
O crescimento da Biomedicina Estética traz um cenário de responsabilidade e desafios contínuos. Para o biomédico esteta, a prática segura não é apenas uma questão de habilidade técnica, mas de compromisso com o bem-estar do paciente e com os limites éticos da profissão. Ao se manter informado, atento aos riscos e preparado para lidar com complicações, o profissional não só protege a saúde dos pacientes, mas também sua carreira e reputação.
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